Folhas de gameleira feitas em latex são empilhadas sobre a mesa, onde uma mulher faz as contas na ponta do lápis do que precisa para conseguir vender seu artesanato. Na região amazônica conhecida pelos seringais – e por lutas pelo direito à terra – acompanhamos um dia como outro qualquer na vida de Leonora Maia, uma artista que vive dentro de um ritmo próprio ao qual o filme se compromete em respeitar. A trivialidade da feitura das peças para exportação e a excepcionalidade em projetar folhas artificiais que surgem da borracha de árvores reais se misturam em um documentário observacional atento à grandeza dos pequenos gestos.