Cyro Jocelim Matoso, nascido em Eldorado Paulista, São Paulo, foi uma figura icônica do cinema no litoral paranaense. Ao longo de sua vida, destacou-se como o principal cineasta amador de Paranaguá, onde viveu desde os nove anos. Autodidata, Matoso descobriu sua paixão pelo cinema na década de 1970, quando adquiriu sua primeira câmera Super-8. A partir daí, produziu diversos filmes que retratavam a história, cultura e lendas locais, sempre utilizando recursos próprios, muitas vezes oriundos da venda de suas pinturas e rifas. Seu primeiro filme, “Aparição da Virgem do Rocio” (1975), foi premiado no Festival Nacional de Super-8, em Curitiba, marcando o início de uma carreira cinematográfica dedicada a imortalizar uma Paranaguá que já não existe mais. Além de cineasta, Matoso também era artista plástico, pintor e músico, sempre se reinventando para continuar criando, mesmo diante de limitações financeiras e da falta de reconhecimento comercial. Matoso faleceu em 2019, aos 85 anos, deixando um legado artístico profundo. Suas obras, especialmente seus filmes e quadrinhos, estão sendo preservadas e organizadas pelo Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá (IHGP), que planeja lançar um livro em sua homenagem. Mesmo após sua morte, Matoso permanece vivo na memória cultural de Paranaguá, sendo lembrado como um dos maiores cineastas do litoral paranaense, eternizando as histórias e tradições da cidade para as futuras gerações.